

A artista visual JeisiEkê de Lundu integra a itinerância internacional da exposição Raízes – Começo, Meio e Começo, que será inaugurada no dia 18 de setembro de 2025, às 18h, no Espace d’exposition Parcs et Jardins de la Maison Blanche, em Marselha, França, como parte da programação oficial da Temporada Brasil–França 2025.
Com curadoria de Jamile Coelho e Jil Soares e produção de Paula Vaz, a mostra propõe um novo recorte da exposição apresentada em Salvador em 2024, reafirmando a potência e a diversidade das expressões afro-brasileiras. A itinerância evidencia a riqueza cultural da população afrodescendente e os processos de ressignificação de palavras, imagens e saberes africanos que atravessam e constituem a diáspora.
Na ocasião, JeisiEkê apresenta uma nova montagem da instalação “quem procura o que não guardou quando encontra não reconhece”, obra que nasceu na exposição individual Derramei minhas fábulas em seiva de terra com meus olhos d’água (2024) e depois integrou a exposição coletiva Raízes – Começo, Meio e Começo, que ficou aberta para visitação durante os anos de 2024-2025, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), em Salvador.
Criada inicialmente como um desenho-mensagem ancestral, a obra se expandiu para a tridimensionalidade e hoje reúne elementos orgânicos – como cascas de insetos, miolos de árvore, tecidos, pratos com tinta, espelhos e uma árvore de papel – compondo um espaço ritual que é, ao mesmo tempo, ode à ancestralidade e alerta sobre as urgências históricas do Brasil.
Em suas palavras, JeisiEkê de Lundu reafirma que “esta instalação nasceu como um desenho, uma mensagem ancestral que quis se materializar no mundo. Primeiro surgiu a árvore, depois o gráfico em forma oracular, tentando ser a boca de muitos mundos. Ao mesmo tempo que é uma ode à ancestralidade, a instalação nos lembra da urgência de olhar para nossas origens e perceber como o estado-nação foi formado”.
Reconstruída em Salvador e enviada para Marselha, a árvore-ícone da instalação será remontada pela artista, reafirmando a dimensão efêmera e processual de sua obra. O título da instalação, por sua vez, remete a um provérbio herdado de sua mãe e de seu avô, evocando a força da oralidade e da transmissão de saberes ancestrais.
Sobre a artista
Nascida na beira entre Minas e Bahia, JeisiEkê de Lundu mistura montanhas e dendê em processos criativos que atravessam cura, memória, ancestralidade e biopolítica em uma encruzilhada afrodiaspórica sertaneja no Atlântico. Vive e trabalha em Salvador (BA), é formada em Artes pela UFBA e constrói uma trajetória marcada pela transversalidade entre linguagens, transitando pela performance, pintura, escultura, instalação e cinema.
Além de desenvolver exposições individuais e coletivas, cria microfilmes, escreve, dirige espetáculos e videoclipes, além de assinar figurinos, adereços e maquiagens. Sua obra emerge como gesto de resistência e invenção, enraizada em experiências de corpo, território e ancestralidade, transformando memórias pessoais em fabulações coletivas.
Serviço
O quê: Instalação “Quem procura o que não guardou quando encontra não reconhece” de JeisiEkê de Lundu, na itinerância internacional da exposição Raízes – Começo, Meio e Começo
Quando: Inauguração em 18 de setembro de 2025, às 18h
Onde: Espace d’exposition Parcs et Jardins de la Maison Blanche, Marselha, França
Informações adicionais: A mostra faz parte da programação oficial da Temporada Brasil–França 2025. Mais informações no perfil @jeisieke no Instagram


