Samba Junino: Ritmo e Identidade no Coração do São João do Pelourinho 2025

Foto: Amanda Chung/ Texto Freelancer: Patrícia Bernades Sousa

O terceiro dia do São João do Pelourinho consolidou a força do samba junino, que tomou conta das ruas do Centro Histórico e do palco principal do Largo do Terreiro de Jesus. Neste sábado (21), grupos como Samba Lute e Arrastão Tote Gira fizeram turistas e baianos sambar ao som de cantigas que celebram o São João, unindo elementos tradicionais como fogueiras, comidas típicas (canjica e pamonha), forró e quadrilha. A rica tapeçaria musical se expandiu, incorporando também cânticos que saúdam caboclos e encantados, demonstrando a forte conexão do ritmo com as religiões de matrizes africanas.

Para Carla dos Santos, moradora do Nordeste de Amaralina, em Salvador, o samba junino é mais do que música: é tradição familiar e identidade. “Cantar e dançar samba durante o São João já faz parte da minha tradição familiar. Eu era menina quando meus pais me traziam para ensaiar com o grupo deles e eu já entendia que era um tipo de música que falava sobre mim, minha cor, minha fé”, afirmou Carla, emocionada.

Desde a abertura do São João do Pelourinho, na quinta-feira (19), a tradição do samba junino vem sendo resgatada e celebrada por grupos como Os Negões, Só Samba de Roda, Arrastão Viola do Paraguassu e Sambaxé. Eles têm garantido a alegria do público, que compreende a importância desse ritmo, reconhecido como Patrimônio Imaterial de Salvador.

Nascido em Salvador, no final da década de 1970, o samba junino tem suas raízes em movimentos culturais que floresceram nos terreiros de candomblé, locais onde a celebração dos santos juninos – como São João e São Pedro – já acontecia de forma vibrante. Com o tempo, essas festas, inicialmente restritas aos espaços religiosos, expandiram-se para as ruas da cidade, consolidando o samba junino como uma manifestação cultural autônoma e profundamente enraizada na Bahia.

A manifestação cultural também encanta quem a conhece pela primeira vez. Cáren Medeiros, de Osasco, São Paulo, expressou seu fascínio: “Eu acho muito bonito sambar em ritmo de forró. Não sabia que o nome dessa manifestação era ‘samba junino’. Vi que tem várias formas de dançar essa música e vou buscar saber mais sobre essa história bonita chamada samba em pleno São João”, disse Cáren, demonstrando a capacidade do ritmo de cativar novos admiradores.

Para além dos palcos principais, o São João no Pelourinho pulsa em diversos pontos, oferecendo uma rica diversidade cultural para todos os públicos. Crianças e famílias encontram no Espaço Kids do Terreiro de Jesus um universo de brincadeiras e shows nas fubicas. A festa se estende por outros locais emblemáticos, como os Largos Pedro Archanjo e Quincas Berro d’Água, a Praça das Artes, a Praça da Sé e o próprio Coreto do Terreiro de Jesus, garantindo uma experiência junina completa e inesquecível no coração de Salvador.

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